domingo, 15 de maio de 2016

A Caixinha de Pandora


Não Abra....Abri


O que é isso que estou sentindo?
Por favor alguém me explique? 

Que dor é essa que vem em meu peito 
feito uma flecha direcionada, com endereço certo. 
Pode ser possível isso o que está acontecendo? 
Que dilema é esse que não me deixa? 

Eu estava com a caixinha de Pandora da minha vida em mãos, 
Ninguém poderia abrir, nem mesmo eu. 
Mas uma força maior, forçou-me a abri-la. 
Eu relutei até o último instante.
Aguentei até as minhas últimas forças. 
Já não suportava mais aquela situação e...
Deixei que essa caixinha, tão simples, fosse aberta.

Ela revelou o que tinha. 
Agora o bicho papão está a solta, 
infernizando a minha vida, me deixando confusa. 
Não sei para onde correr!
Não sei o que fazer! 
Não sei que decisões tomar! 

Sigo minha razão ou sigo minhas emoções?
Ambas terão consequências. 
Não sei quais consequências quero para mim.
Sou covarde, hipócrita. 
A quem eu quero enganar? 

Perdido Em Minha Mente

25 de Outubro de 2013

            Quando foi que eu me perdi de mim mesma e onde foi que eu me perdi? Que lacuna é essa na minha vida? Que insatisfação é essa que me consome? Porque sinto lá no fundo do meu ser que algo está faltando, que algo está muito errado e precisa de conserto. Será mesmo que isso é plausível? Será que falta alguma coisa? Será realmente que algo está errado?

            Eu olho mas não consigo enxergar. Sinto que algo não está no lugar. Sinto que algo está faltando. Sinto que se eu descobrir o que está de errado comigo, se eu descobrir a causa de toda essa minha insatisfação, de todo esse meu medo, vou conseguir avançar e resolver o que está pendente. É como se fosse uma rede de fios conectados, um emaranhado de fios espalhados dentro da minha cabeça. Cada fio leva a uma gaveta e cada gaveta contém memórias e lembranças. Sinto que existem tantas gavetas, caixas esquecidas bem no fundo do porão. É muita caixa em cima da outra, fazendo um volume incalculável de memórias e lembranças esquecidas.

            Mas existe algo, no mais profundo da minha mente, uma caixa específica que tem a resposta que eu preciso. Essa caixa está tão profunda e com tantas outras caixas entulhando que me impedem de chegar a ela. Mas porque é tão difícil chegar nessa caixa, porque é tão difícil passar por essas caixas menos importantes e chegar no que realmente importa? Que caixa é essa? O que tem lá de tão escondido que não posso ou inconscientemente não quero ver?


            Que medo é esse que me apavora. Que pavor é esse que me consome. O que aconteceu de tão grave em algum momento da minha vida que deixei tão esquecida nessa caixa, para que nunca fosse aberta? Que bicho papão é esse que me apavora e me faz guardá-lo nessa caixa esquecida? Meu inconsciente tem todas as respostas para todas essas questões, mas meu consciente insiste em não me deixar procurar e vasculhar. Meu consciente está me boicotando o tempo todo, fazendo-me esquecer o que preciso lembrar, mas não quero lembrar. 

              Me boicoto todas as vezes que percebo que algo vai dar certo. Que medo é esse de dar certo? Medo da responsabilidade que implica quando decidimos por fazer algo? Quanto mais damos certo em alguma coisa, mais responsabilidades adquirimos. E porque esse pavor de responsabilidade? Porque esse pavor da possibilidade de sucesso? Medo do sucesso? Medo de dar errado?

                Peço a você meu leitor e insisto...

                Não enlouqueçam!!!

terça-feira, 10 de maio de 2016

O dia em que sai de casa


A fuga de um ser cativeiro de suas amarras


                 Eu era adolescente, de uns 15 anos mais ou menos. Eu sentia raiva de morar naquela casa, sentia raiva da minha mãe, sentia raiva do meu pai. Eu me sentia muito mal e sempre fantasiava que eu morava com a família da minha amiga Fernanda. Aquela sim era a família dos meus sonhos. O pai dela não gritava com ela, como o meu pai fazia comigo. A mãe dela era super companheira e amiga, ao contrário da minha que era autoritária e me cobrava o tempo todo.

                Uma tarde, estava só a empregada na cozinha e eu estava sozinha na casa. Estava muito angustiada, com vontade de sumir daquela casa. Minha mãe havia me proibido de ir para a casa da minha amiga, eu não sei o porquê. Sei que minha mãe nunca gostou das minhas amigas. Ela olhava feio e com desdém para a Fernanda, ou qualquer outra pessoa que eu levava lá em casa. Eu nunca me sentia à vontade e livre para levar quem quer que fosse. Me sentia muito mais em casa e a vontade quando estava na casa da minha melhor amiga do que na minha própria casa. Adorava os pais da Fernanda e os via como meus pais dos sonhos.

                Nessa tarde eu fiquei por um bom tempo em pé olhando pela janela da sala, em direção a casa da dela. O sentimento era de angustia, pavor e medo. Meu coração dizia para eu ir correndo para a casa dela pois lá era um refúgio para mim, lá me sentia de verdade em uma família enquanto minha mente, insistentemente me lembrava o que me esperaria na volta, se eu saísse sem permissão.

                De repente me veio uma coragem, peguei a chave de casa e sai. Fui em direção ao meu objetivo, ir para onde gostavam de mim, onde me tratavam bem, onde ninguém gritava comigo, onde ninguém me cobrava nada, onde todos me aceitavam como eu era. Foi esse sentimento que me impulsionou a começar a dar os passos naquela direção, a direção da felicidade.

                Chegando lá, como de costume, fui muito bem recebida. Fiquei com eles, curtindo cada um deles, os pais, os irmãos dela, curtindo a amizade dela. Me senti em família, me senti acolhida, recebida, abrigada. Que família maravilhosa era aquela! Mas o tempo foi passando, e eu sabia que aquele momento estava fadado ao fim. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu teria que acordar daquele sonho maravilhoso e voltar para o meu pesadelo.

                Eu não queria sair mais dali. Queria poder ficar eternamente com eles, sendo parte da família deles, mas a dura realidade logo se fez presente quando minha amiga perguntou, se meus pais não iriam ficar preocupados, por conta da hora e sugeriu que eu ligasse para eles dizendo que eu estava ali na casa deles. Nesse momento um pavor tomou conta de mim e disse a ela: “não liga para eles, pois não sabem que estou aqui”

                Ela então com sua mãe, tentaram me convencer de que eu precisava ligar para a minha mãe e avisar que eu estava ali. E me perguntavam se já não estava na hora deu ir para casa. Não quis ligar e pedia para que ninguém ligasse. Eu pedia por favor para não ligarem para me buscarem. Mas, em um certo momento, eu percebi que a mãe dela estava ligando para a minha mãe. Quando vi, sai correndo, arranquei o telefone da mão da mãe da minha amiga e simplesmente paralisei.

              Não sei explicar o que me deu nesse momento. Eu ouvia tudo e via tudo, mas não conseguia mover um dedo. Eu estava totalmente paralisada, em choque. Minha amiga, ficou tentando me trazer para a realidade. Ela acendia e desligava a luz para ver se minhas pupilas reagiam e não, ficaram dilatadas. Até que eu ouvi a voz da minha mãe. Ela entrou na casa da minha amiga e não sei como eu voltei em mim e fui embora com ela.

            Claro que minha mãe ficou muito brava comigo e preocupada ao mesmo tempo. Até me levou ao pronto-socorro para saber se eu estava bem. Minha mãe ficou me questionando o porquê deu ter feito o que fiz. Na época, eu não sabia ao certo e também não quis me abrir para dizer o que eu estava sentindo. Não havia abertura com meus pais para que eu pudesse relatar exatamente o que eu sentia e pensava. Com uma mãe autoritária e manipuladora, era difícil eu me sentir a vontade para falar qualquer coisa que fosse. Meu pai então, menos ainda. Ele era a pessoa mais fechada da face da terra. Não se abria sobre sentimentos por nada desse mundo.

               Acho que até hoje minha mãe se pergunta, o que foi que houve nesse dia. Quem sabe um dias desses, bem futuramente, ela saiba pela minha boca, tudo o que passei, senti e pensei ao longo de minha pequena vida de criança e adolescente. E mesmo depois de muitos anos, lendo e escrevendo essas linhas, a lembrança é implacável e certo pavor e angústia tomam conta do meu peito. Mais isso são outros quinhentos.

                 Nos vemos na próxima e....

NÃO ENLOUQUEÇAM!!!

Um ET na Casa


A Caçada Mortal de Um Indivíduo Alienado 


Eu tinha um sentimento muito estranho dentro de mim, em relação aos meus pais e aos meus irmãos. Na minha infância e adolescência sempre me senti um peixe fora d’água naquela família. Meus irmãos eram todos muito inteligentes, conversavam de tudo, liam jornal e parece que eu era a única pessoa meio alienada. Eu era a menos inteligente, sempre precisando da ajuda dos meus irmãos nas tarefas de aula, principalmente história, geografia e matemática.

Era uma tortura conversar com meu pai, pois ele estava sempre fazendo perguntas que eu deveria responder e eu nunca sabia a resposta. Ele não tinha paciência nenhuma comigo, e estava sempre gritando quando tentava me ensinar alguma coisa. E as malditas perguntas de porcentagem? me dava raiva, só dele perguntar. Passei a odiar tudo que se relacionava com porcentagem. Vários momentos da minha vida eu pensei em matar o meu pai, de tanta raiva que ele provocava em mim. Fora a sabatina de tabuada que ele sempre fazia comigo. Como sempre, eu nunca sabia as respostas.

Quando papai vinha com sua primeira pergunta, eu já sabia tudo o que iria acontecer. Ele faria a primeira pergunta e eu nervosa não conseguiria responder. Então ele passaria para a próxima, depois outra e mais outra. E quase sempre eu não respondia direito, ou nem respondia. Até chegar o momento crucial em que ele perdia a paciência e começava a soltar os seus elogios, de burro e idiota até vagabundo e outros adjetivos que nem convém escrever. Imagino eu que esse meu ciclo vicioso de nervosismo começou quando ele perdeu a paciência pela primeira vez. Eu então passei a agir sempre na defensiva e medrosamente.

A hora da jantar era a mais temida, pois nunca sabíamos com que humor meu pai chegaria em casa. Não sabíamos o quanto ele estava afetado pela bebida alcoólica, se aquele dia seria um agradável jantar ou uma sessão de tortura inacabável. A maioria delas acabava com ele gritando com minha mãe, gritando comigo, nos xingando de todos os palavrões e minha mãe sempre tentando nos defender e nos proteger daquela agressão emocional que estávamos sofrendo.

Quando aconteciam esses episódios, que eram bem frequentes, minha mãe me dava um sinal para eu ir para o quarto. Eu subia as escadas, mas ficava ali, sentada no último degrau escutando toda a discussão dos meus pais. Em todas elas, meu pai sempre dizia: é um tapado, não aprende nada, um vagabundo e tantas outras palavras que nem me lembro e nem valem a pena lembrar.

Não havia uma noite sequer que eu não chorava. Geralmente era depois do meu pai me humilhar, me xingar, me dizer que eu não servia para nada e que eu não seria ninguém na vida. Me encolhia na cama em posição fetal, virado para a parede, uma dor no peito tomava conta de mim e ali eu ficava, chorando até adormecer.

A minha infância inteira eu fui muito dependente da minha mãe. Quando eu digo dependente, quero dizer em tudo. Ela decidia até as roupas que eu deveria usar, tudo o que eu deveria ou não fazer.


Eu odiava morar naquela casa e por muitas vezes pensei em sair de lá. E realmente sai, mas esse é um outro episódio. Nos vemos na próxima e....

NÃO ENLOUQUEÇAM!!!

Uma Biografia Qualquer


Se eu fosse escrever uma biografia da minha vida, acho que seria mais ou menos assim:


INTRODUÇÃO

Antes de mais nada, gostaria de pedir a você que está lendo: “Não me julgue”. O que direi aqui, é o que eu vivi. Experiências, sentimentos, pensamentos e sonhos. Deixo aqui a minha vida. Se ela foi monótona ou não, cabe a você. Eu sei que para mim, foi uma vida angustiante, com momentos muito felizes. Foi de certa forma uma vida muito confusa, cheia de altos e baixos. Me pergunto muitas vezes se só eu passo por isso, ou se existem pessoas em pior situação. Mas como dizem: “A dor de cabeça é minha e só eu sei o quanto ela dói”.

            Sinceramente, eu nem sei por onde começar. Não tenho a mínima ideia de como escrever um livro, ou contar uma história. A única coisa que tenho certeza são as lembranças, os pensamentos e os sentimentos que estão borbulhando aqui no meu coração e na minha mente. Mas, o que dizer? Como dizê-los? Quando penso em certos assuntos, me vem medo, angustia e vergonha. O que irão pensar de mim quando eu abrir o livro da minha vida? Dos anônimos eu não tenho o que temer, pois nunca saberão quem é a protagonista desse livro, dessa história. Mas não posso dizer o mesmo daqueles que me conhecem, daqueles que viveram e conviveram comigo. Os que participam e participaram da minha vida, de um jeito ou de outro saberão que essa história, é a história da minha vida, por mais que eu atribua nomes fictícios para preservar a imagem deles. E se minha vida para eles for vergonhosa, digna de não ser lida, digna de ser esquecida?

            Em um mundo em que o que se fala mais alto não é necessariamente o que realmente está acontecendo. Um mundo onde o que prevalece é a máscara que você está usando perante a sociedade, é no mínimo suicídio se revelar. Esse mundo é uma MATRIX de mentiras. Então, quer saber? No auge dos meus 32 anos começo a escrever sobre minha vida até aqui e continuo até que meus dedos e minha mente não os permita mais. Postumamente deixarei para que uma alma caridosa publique essas linhas tenebrosas e mal escritas e... NÃO, NÃO E NÃO!!! Qual seria a graça de se expor tão completamente, já estando morta? Dessa maneira eu nunca saberei como as pessoas se sentirão quando me lerem. Nunca saberei se minha vida foi interessante ou um pé no saco. Sou polêmica, sou exagerada. Gosto de plateia, gosto de interação. Encanta-me saber o que estão pensando, seja bem ou mau. Quero poder ver os frutos desse trabalho, sejam eles quais forem. Quero morrer sabendo o que causei, que pensamentos, que emoções. Como eu sempre digo: “falem mau, de mim, mas falem por favor”.

            Você pode estar se perguntando: porque então escrever? Já que tem coisas que você não tem coragem de dizer nem para a sua própria sombra, quanto mais escrever, que será a prova da verdade, o testemunho da sua condenação, ou absolvição?

            Escrevo porque meus pensamentos não me dão descanso. Escrevo pois meu coração está gritando. Escrevo para tentar lembrar de algo que quero esquecer e não me lembro. Escrevo na tentativa de explorar o mais profundo do meu ser inconsciente, na esperança de achar a solução para minha confusa vida. A escrita para mim é a melhor forma de expressão que nosso ser pode utilizar. É uma arma poderosa, que pode te alavancar ou te destruir. As palavras são uma tentativa de traduzir a essência de nosso ser, ainda que muito efêmera, comparado ao que realmente é. Palavras são muito poucas para descrever o que se passa aqui dentro, mas não custa nada tentar.

            Adentrarei ao quarto mais escuro da minha casa e de lá quero extrair tudo que me apavora. Todos os monstros que guardei no porão do esquecimento da minha consciência, mas que me assombra diariamente pela minha inconsciência. Quantos bichos papões? Muita poeira para ser retirada, muito entulho atravancando a passagem para a minha liberdade. Padrões de pensamentos que só me aprisionam, traumas guardados e esquecidos no mais profundo baú do meu ser. Liberdade ou morte!!!


         Eu lhe asseguro, essa jornada comigo não será nada fácil. Muitos episódios duros e torturantes de serem lembrados. Vocês estão dispostos e preparados para o que vem pela frente? Bem vindos ao mundo fantástico da minha mente demente e....

NÃO ENLOUQUEÇAM


Bem vindos, ou não!!!!!!!!!!!!!!!



Para os curiosos de plantão que optaram por abrir esse blog e saber qual o seu conteúdo, aviso logo que não pouparei palavras ou sentimentos. 



O que encontrarão aqui, caso desejem saber, será a mais pura e verdade interna do meu ser. Caro leitor, advirto que esteja preparado. Poderá não ser muito fácil encarar o mais íntimo do meu ser. 

Não espere floreios, rodeios, contos da carochinha, dicas disso ou daquilo. Você irá se deparar somente com a realidade interna de um ser anônimo, inexistente ao mundo, mas que anseia por falar, anseia para ser ouvido.

Digamos que esse blog será como uma terapia. Mas não se engane, essa terapia quem está fazendo, sou eu. Você? Será apenas o meu ávido leitor, ouvinte das minhas angústias, meu terapeuta por muitas vezes mudo.

Desculpe-me, amado leitor, por não ter o que ofertar. Se está procurando aconchego, um ombro amigo, uma afago, uma palavra amiga, palavras de conforto, sugiro que saia desse conteúdo imediatamente e procure por outros blogs de auto-ajuda. Aqui, você encontrará somente o meu eu e ele pode não ser tão bonitinho assim.

Afinal, todos nós temos os nosso demônios internos e resolvi por meio desse blog, soltar os que aqui, em meu ser, estão sedentos por vir a tona e se mostrarem ao mundo.

Deixo muito claro, não sei escrever. Não tenho esse dom maravilhoso de alguns autores conseguirem prender a atenção de seus leitores. Portanto, fiquem a vontade para gostarem ou não, lerem ou não. Vocês não são obrigados a nada. Aliás, ninguém é obrigado a nada. Apenas quero que pensem: "E SE FOSSE COMIGO!!!!!!"

BEM VINDOS AS LOUCURAS DE UM ANÔNIMO ADOTIVO!!!!!! 

Espero que eu não os enlouqueça também.

E obrigado pela sua atenção.